Não escrevo porque me dá paz. Mas sim por ser meu fardo. É meu jeito de falar, de me expressar, de me comunicar. Quer me conhecer? Leia-me.
O único ser que conheço na face dessa Terra capaz de me compreender algo, ao longo dessa existência, conseguiu devido a esse feito considerável. Mas não foi nada obrigado ou arranjado. A questão é que o moço gostou do que viu. Ou melhor, do que leu. Quando contou que sabia dessa humilde página – saímos por semanas sem eu saber que ele conhecia o blog – me senti nua: exponho aqui o que penso, sinto, meus achismos, opiniões, etc e tals. Mas depois pensei melhor… Está mais que certo em ser assim! E fiquei muito feliz em saber que alguém gostava “de mim” (pois o blog é um pedacinho de mim) pelo que sou.
Caso eu dependesse da veracidade do ditado “quem tem boca vai a Roma”, nunca iria a essa sedutora cidade… Não possuo aptidão com fala. A não ser em forma de ironia ou sarcasmo, que seria “o humor dos arrogantes”, para Khaled Hosseini… Sarcasmo é o ácido corrosivo e ironia uma carapaça indestrutível que afastam tudo ao redor. Assim, ao abrir a boca, consigo repelir pessoas na velocidade da luz.
Às vezes sinto a garganta esquentar, coçar, minha boca formiga querendo falar algo, mas no fim eu não consigo. Posso até esboçar o que dizer, mas o discurso não flui como no texto: as palavras não correm para serem ditas como vem para a escrita, uma após a outra, em fileirinha… Ficam confusas na minha cabeça, dando voltas e voltas, e termino por não dizer nada.
A escrita não é um meio de comunicação, é minha via única e expressa para comunicar-me. Pensar em um texto e não poder escrevê-lo me dá vertigem. Colocá-lo pra fora é um suspiro, longo e feliz em meio a essa vida de soluços desesperados.
E no fim, é isso. Escrever é uma agonia, é uma idéia e é uma esperança. Ou também pode ser uma esperançosa idéia agonizante.